segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Tema: Sobras

O telefone toca, o fio sonoro em contato com os ouvidos descarrega toda sua onda, disparando o coração e enchendo o estômago de ar.O dia todo sofrendo por essa ligação, o atender por instinto esbarra na crescente dúvida
da desilusão.
O tempo termina e o telefone mudo parece sentir no ar gélido e pesado, todas as questões levantadas naquele momento. Mesmo assim, pelo que se sabe algumas delas com respostas não parecem
satisfazer, mesmo aquela que é certa.
"Sobra dúvida nesse pequeno fio trêmulo chamado Vida"
Um pouco de tempo com café, a felicidade invade todo o local derrubando todo aquele momento filosófico e nostálgico. Atendido o telefone há uma quebra no climáx, era apenas aquela voz mecânica de um politico prometendo a satisfação total.
Que pane, que pena.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sobras

Sobras de sóbrios em um sobradinho
que vão caminhar sem exitar.
sobre a ponte que há sobra de passos.
De sobretudo estão.
Sobram ratos por ali. Que mesmo sóbrios não sabem para onde vão.
Assim como os sóbrios que sobraram.
Sobre as sobras há carniça, confusão, escárnio e desilusão.
Sem motivos pra sobrepor. Apenas o excesso de sobriedade confunde.
Continuam a caminhar para o oposto de suas vestes e pensamentos.
O comum é o sobradinho; que nele há não-sóbrios.
Enfim chegam à perdição, a loucura. a verdade.
Chegam a essas os sóbrios dançantes alcoolizados.
Sobre aquele ânimo todo pensam: parecem saber o que querem.
O que vão pensar de nós?
Sobras.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

tema? Sobras!

E as minhas sobras?

Eu vejo tanta gente reclamando de falta e vejo tanta sobra em todo canto. Raramente não vejo as sobras do mundo. Essas não raras imagens são sobras de comida em pratos, sobras de gordura, sobra de poeira, sujeira, sobra de dedos na minha cara, sobra de sorrisos. Eu mesmo, vivo reclamando de tanta falta. Reclamo tudo que me falta e o pior, até do que me sobra. Sou tão humano que sou humano de mais, me sobra a falta de humanismo. Há humanos de sobra e o humanismo falta. Essa falta de tanta sobra, essa sobra de tanta falta me faz sobrar impaciência, e o pior mesmo é que me faz faltar a continência.

tema? Sonho!

E até aquela criança cansou de sonhar...

Meu silêncio hoje deixa de ser sonho. Perco meus pés alados, o olhar vidrado. Ele me mostra como eu me perco com tanta saudade e com igual prazer. Meu silêncio hoje é sossego, segurança. É um mudar de sentidos e um saciar-me por completo. Agora, sem nenhuma surpresa.
Silêncio! Mudo! Canta em minha mente e sussurra em meus ouvidos o momento certo.
Silêncio. Saudável. Sorrisos.
Antes sonho, hoje sobriedade!