"Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos, como os nossos pais..."
É típico do humano enxergar o mundo no futuro sempre como um mundo evoluído tecnologicamente, onde tudo é mais confortável, mais rápido e automatizado. Desde os primórdios foi assim, os homens trabalhando e se esforçando muito em prol da comodidade. E eu como tal humanista que sou, procurando sempre aprimorar minha visão simplista, acreditando que comodidade estraga as pessoas, não exigindo delas o esforço necessário, que seja em questão de passar por dificuldades das mais variadas, para entender a "complexidade" de cada fato, a complexidade que uma vez entendida torna as coisas mais vivas e reais me pergunto, porque cargas d'agua a evolução pessoal, que cada humano deveria procurar desenvolver, é tão ignorada e vista como privilégio de quem não tem outra coisa a fazer?
O humano, mesmo sonhando que é superior a suas máquinas, deixou-se dominar por sua vontade de deixar as coisas mais fáceis, se tornando não mais do que máquinas automatizadas, que tem o propósito de viver em função do poder financeiro e o poder sobre os outro homens, o que de fato, é mais fácil, mais cômodo. Ele ignorou o fato de que era ele a máquina mais poderosa que podia existir, e de que o caminho que ele escolheu tomar, chamado evolução comodista, ignorava todas os valores humanistas que o homem possuía. E estes valores, o homem os perdeu aos poucos.
Não tome minhas palavras como um aumento excessivo do mal de nossa sociedade. Essa é a minha ótica sobre os absurdos que vejo e vivo, e até que me provem que o mal não é tão ridículo quando parece ser, mantenho a palavra. E não tenho nenhuma esperança de que a sociedade poderia passar por uma mudança, um surto psicológico, afim de consertar tanta destruição, quanto foram capazes de provocar.
Por hora, continuo decepcionada com tudo que a realidade me mostra ser, e tenho que admitir...
... a sociedade é ridícula.
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Lise Arantes