sábado, 28 de março de 2009

Tema : a 1ª vez

Era Outubro, estava um tempo frio, o que (hoje) eu gosto muito, e inspirava muitas coisas “intensas”. Naquela época, algo me prendia ao supérfluo, ao insignificante, as coisas intensas e profundas não me passavam pela mente, mas sim pelos olhos, apenas não conseguia interpretá-las. A irrelevância dos meus dias estava contada, talvez algumas horas restavam para a coitada. Não me sinto culpada pelo seu fim, já era hora, ela já havia me saturado. A poucas horas , estaria meu novo eu, foi uma transição rápida, como uma explosão, o que já era algo esperado.

Esperava o tempo passar, com um violão tirava algumas notas, e elas nem mesmo se encaixavam, mas insistia, talvez, quem sabe? Ninguém sabe! Pensava em coisas distintas, que não chegavam a lugar nenhum, eu só estava matando o tempo, e ele retribuía meu feito, aos poucos. Os minutos se passavam bem devagar, sem pressa, nada acontecia, ele só passava, e nada. Talvez já era hora de todo esse “nada” acabar, eu não sabia, só hoje sei, mas ele já não me sustentava. Então, como toda essa profecia de o “que tem que ser será”, foi! Eles apenas sentaram a alguns metros de mim. Eu já os havia visto. Bom, na verdade não como via naquele momento. Olharam-me por um instante, e pegaram-me retornando aquele olhar, veio a timidez, como um presente dos céus (vulgo inconsciente), e fez-me desviar o olhar para longe. O que se fez em poucos segundos, o efeito é inexplicável, era como se demorasse horas. Com certa habilidade, meu cérebro conseguiu travar, destravar, confundir, quase desesperar, acalmar, e por fim organizar-se (Meu cérebro é incrível).

Bom, e "dae"? "Dae" que de um olhar, fiz-me mutável, a percepção invadiu-me, e um número inexplicável de sentimentos a acompanhou. Ainda hoje sinto os efeitos daquele momento, os tempos vazios se foram, e aqueles acontecimentos seguintes, me acompanham. Até quando, não sei! Apenas me acompanham, silenciosos, às vezes, se manifestam, alertando-me ou, apenas aparecem, e rapidamente (ou não) vão embora. Um olhar, um primeiro olhar, e a descoberta, o melhor seria que nada tivesse acontecido.

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