Pobre homem implora ao ócio:
- Cai fora, meu caro,
Passe longe que te expurgo,
Vai direto pro inferno.
Só, sem beiras que te aquecem,
Nem eiras que lhe sustentam,
De joelhos ainda implora:
- Vai-te embora, desgraçado.
Sem veneno que o espante,
Sem remédio que o cure,
O homem não vê outra saída:
- Acabo-me então com minha vida.
Sai em busca de uma corda,
Encontra no mercado sua despedida,
Vê naquele rosto sua história,
E termina então toda sua glória.
Com corda no lustre e laço na goela,
Pensa uma vez mais em sua sina,
Sem escapatória, agora só ócio,
Amarga-te a boca e mete logo o pé na quina.