sexta-feira, 30 de julho de 2010

tema? Verdade!

Existe uma verdade que me dilacera os órgãos. Corrói.
Eu a tenho sem custo e lhe dou inteira.
...
Não! Não dou, cedo, empresto.
Desconfiando a todo tempo e retirando às vezes,
para que você não se acostume a tantas regalias.

Essa maldita que me instiga a pisar em falso é o melhor que tenho.
Maltrata-me porque eu a desdenhei, fiz pouco caso.
Agora que é meu maior pertence, estapeia-me a face, sem dó.
Verdade!Sim.
Que me tem inteira e que de tão ruim, me torna melhor ainda.

Verdade que tanto é vista com a doce vermelhidão das noites frias debaixo d'algum cobertor.
Dois pares de sapatos no chão do quarto.
Quatro horas de ansioso preparo antes daquele jantar.
Verdade que é doce aos olhos alucinados.

Verdade que não descansa e sempre espera.
Algo mais que possa pertencer não só a mim.
E que de novo comece esse ciclo.

sábado, 3 de julho de 2010

Verdade ?

Não minta,
a verdade é algo que nos alivia, simples, fácil, como é bom poder contá-la. É como se fosse retirado de dentro uma dor qualquer , porém a verdade tem a capacidade de nos deixar livres, leves, satisfeitos, novidade. Conte me que ontem foi bom, que colocou uma bela roupa e fez sentido, que aquela vodka foi excelente, que aquele beijo foi sensacional, conte me seu nome.
Não minta, invente.
Essa mesma verdade nos escolta ao enforcamento, não se diz que seu primo parece um e.t. ou que não aguenta mais esse chororo, não se conta que a pessoa é indesejável ou que ela tem te chateado, isso se fofoca. Não se diz. Nem se conta a verdade omite-se tudo para o bem, essa verdade que angustia: de dizer que ama, que odeia ou que nem parou para pensar, que é conveniente. Como vivemos mentindo , isso é uma pura verdade.
Afinal, nem todo peito aguenta uma faca de dois gumes.
Verdadeiramente.